A entrevistada da vez é Mariana Medina Martinez.
Mariana Medina Martinez é graduada em Ciências Sociais, mestre e doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, coordenadora do grupo de pesquisa Michel Foucault e a contemporaneidade. Pesquisou políticas de saúde e de proteção social às pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Organizou a coletânea “Novas faces da vida nas ruas” (Edufscar). Tem trabalhado com avaliação de políticas públicas e projetos de extensão universitária de educação em diretos humanos.
1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.
Em toda minha trajetória acadêmica e profissional tenho me debruçado sobre as questões sociais, especialmente sobre as políticas públicas para pessoas em situação de rua. Sempre busquei articular meu trabalho acadêmico com ações que pudessem promover tanto o controle social das políticas públicas quanto a autonomia dos sujeitos e usuários dos serviços públicos. Neste sentido, trabalhei como educadora social num albergue noturno, participei de conferências municipais da população em situação de rua e trabalhei como pesquisadora na avaliação do programa De Braços Abertos, na região central de São Paulo, conhecida como Cracolândia Paulista, numa tentativa articular junto com a defensoria pública e o poder municipal um debate mais estreito. Sempre entendi que minhas ações profissionais como pesquisadora deveriam estar alinhadas com o propósito de promover o debate sobre os direitos humanos, assim como pudesse contribuir para a sua efetivação. No momento, tenho atuado como docente no curso de licenciatura em Ciências Sociais, portanto, estou muito interessada em pensar a educação junto aos desafios da diversidade, da equidade e da cidadania na formação de futuros professores e professoras. A experiência tem sido muito gratificante!
2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?
Certamente é a pluralidade de temas e a diversidade de pesquisadores e pesquisadoras envolvidas no evento. Acredito que o formato 100% online do congresso permite que uma rede muito ampla e diversa de pessoas possam se conectar através da plataforma e conhecer uns aos outros de forma acessível e sem altos custos. O formato do evento contribui muito para a ampliação do acesso aos eventos científicos.
3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?
O principal desafio é pensar a educação para além das salas de aulas, ou seja, é preciso expandir a educação formal e se alinhar com outros processos educativos não escolares. É preciso criar diálogo e alianças potentes com movimentos sociais, coletivos, poder público, profissionais dos equipamentos públicos e tantos outros agentes para, de fato, produzir um debate diversificado e maduro sobre direitos humanos. Com isso quero argumentar que a interdisciplinaridade não é apenas um conceito, é um exercício
4) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?
Eu penso ser fundamental articular teoria e prática, sempre busquei equalizar essas duas dimensões na minha carreira. Eu sempre encorajo outros profissionais a olharem para suas práticas de forma crítica e assim se engajarem numa imersão investigativa, a partir da qual possam revitalizar as teorias e suas atuações profissionais.
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