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Entrevista com Celso Gabatz – Coordenador de GT do CAEduca 2024

O entrevistado da vez é Celso Gabatz.

Celso Gabatz é Pós – Doutorando junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política (PUC-RS).Professor Colaborador no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) da Faculdades EST, São Leopoldo-RS com Doutorado em Ciências Sociais (UNISINOS, RS) e Mestrado em História (UPF, RS) e graduado em Sociologia, Filosofia e Teologia.

É membro da Associação dos Cientistas Sociais de Religião da América Latina (ACSRAL); da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) e da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS). Pesquisador Associado do Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC). Faz parte do Conselho Editorial da Editora TerriED. É um dos Coordenadores do Grupo de Pesquisa “Identidades e Sociabilidades Religiosas Contemporâneas” na Faculdades EST. Integra ainda o Grupo de Pesquisa “Teologia Pública em Contexto Latino Americano” da PUC/PR.

1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

É com satisfação, alegria e curiosidade que tenho participado do CAEduca. Entendo que a dinâmica preconizada reforça o compromisso com a democratização, produção e disseminação do conhecimento a partir de temas e conteúdos relevantes para o debate contemporâneo. A minha inserção como uma das pessoas coordenadoras do GT 10 – Temas Contemporâneos em Educação – se consolida a partir da experiência e trajetória nas áreas da Sociologia, Filosofia e Educação, particularmente, em relação a temas relacionados às religiões e religiosidades e suas conexões com a diversidade, identidades, fundamentalismos, intolerâncias, direitos humanos, laicidade, questões de gênero e a instrumentalização da religião no espaço público.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?

Considero que a proposta desenvolvida pelo CAEduca por meio do seus diferentes espaços de palestras, mesas temáticas e Grupos de Trabalho, facilita a interlocução das pessoas participantes em um ambiente privilegiado e propício ao diálogo, interação e partilha de vivências, de conhecimentos e saberes a partir da experiência que cada qual assimila no cotidiano de suas demandas sociais. Entre os aspectos que me parecem fundamentais na atual conjuntura, destaco os desafios de uma mediação do conhecimento a partir de uma visão multidisciplinar e em permanente vinculação com as interrogações do mundo por meio de uma inserção que permita a responsabilidade coletiva com vistas a uma plena cidadania.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?

Trata-se de uma questão essencial e que precisa ser compreendida no contexto de uma sociedade que, aos poucos, vai descobrindo caminhos e exercitando as sociabilidades na esteira daquilo que a tecnologia consegue oferecer. As reflexões educacionais a partir de temas atuais deveria suscitar meios para descortinar a abrangência interdisciplinar de um conhecimento sempre preocupado em garantir o respeito à diversidade e o desenvolvimento com liberdade. É, pois, necessário falar de uma lógica excludente que continua sendo preconizada nos diferentes espaços sociais da realidade brasileira, em particular. Os temas contemporâneos se colocam como desafio para uma educação crítica, propositiva e dialogal.   

4) Como a experiência de coordenar um Grupo de Trabalho no CAEduca pode influenciar sua prática acadêmica ou profissional futura?

Avalio que por muito tempo, houve certo consenso de que era necessário superar a ignorância para desenvolver as potencialidades de cada indivíduo e favorecer uma sociedade melhor. Hoje, ao que parece, o conhecimento necessita estar às voltas com um processo de subjetivação que vai ressignificado o protagonismo humano pelo senso comum. Já não basta o conhecimento, valem algumas convicções. Não raro, no lugar do convencimento por argumentos racionais ou científicos, reforçam-se os preconceitos, as confusões conceituais, os vazios cognitivos. Para mim, é justamente o pensamento crítico, aquele que permite que os educandos não sejam objetos, mas, sujeitos da sua própria história, refletindo sobre os conteúdos e construindo suas próprias percepções, no diálogo com educadores que enseja uma sociedade mais equilibrada. Os espaços de interação do CAEduca consolidam importantes lições e sempre haverão de nos desafiar a sermos pessoas melhores.

5) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

Acredito que devemos nos esforçar para divisar possibilidades de intervenção humana, criativa, solidária, cooperativa. Suscitar caminhos para ações que permitam reinventar as formas de ser e estar no mundo, superando crises, instaurando uma ordem mais equilibrada, mesmo que as adversidades estejam presentes no cotidiano das interações sociais. A produção do conhecimento por meio de reflexões propostas em textos é uma oportunidade para descortinar horizontes de transformação. É preciso lutar por ideais, abraçar causas, romper zonas de conforto. Fazer da própria palavra um instrumento que coloque abaixo a mediocridade, desmontando estruturas sociais perversas e que sejam sempre uma contradição ao espírito individualista desta época. É urgente nos dispormos a construir uma sociedade mais solidária e um mundo sem tanto ódio e insensatez. 

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